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16 Curiosidades sobre o Duomo de Milão

Milão é a segunda maior cidade italiana, e um dos destinos turísticos mais interessantes do país. Dentre os muitos pontos turísticos da cidade, o enorme Duomo de Milão se destaca por sua beleza e imponência, recebendo milhares de turistas todos os anos. A construção do duomo está repleta de curiosidades, que muitas vezes passam despercebidas pelos visitantes. Quer saber quais são? Vamos contar tudo nesse texto.

Uma breve história do Duomo de Milão

É impossível falar de Milão sem falar do Duomo. A imponente construção em estilo gótico, localizada bem no centro da cidade, teve início em 1386, por iniciativa do arcebispo Antonio da Saluzzo, e com total apoio de Gian Galeazzo Visconti, duque de Milão. A construção não tinha apenas motivos religiosos, mas também, interesses políticos. Em uma época na qual as cidades italianas competiam entre si, construções desse tipo eram uma manifestação de poder para as elites locais.

O local escolhido foi a parte central da cidade, onde existiam duas antigas basílicas que remontavam ao período romano: as basílicas de Santa Maria Maggiore e Santa Tecla. A ideia era que o novo edifício causasse grande impacto, destacando-se no panorama da cidade. Esse impacto foi ainda mais reforçado pela decisão de construir o duomo todo em mármore, e em estilo gótico flamejante, muito comum na França e pouco usual na Itália.

A construção aconteceu de trás para frente, ou seja, começou pela abside. Dessa forma, a fachada seria a última coisa a ser finalizada, e por isso, a fachada da antiga Basílica de Santa Maria Maggiore serviu como fachada provisória. Enquanto a obra no duomo avançava, a antiga basílica ia sendo paulatinamente demolida.

Não se sabe ao certo quem foi o arquiteto original a criar o projeto e, ao longo de sua construção, vários arquitetos e engenheiros estiveram à frente do canteiro de obras. Até mesmo Leonardo da Vinci trabalhou na obra, já no século XV.

Antes mesmo de ser concluído, em 1813, o duomo já havia passado por várias restaurações e modificações estéticas, que continuam até hoje. Atualmente, o duomo é a sede da Arquidiocese de Milão, é um dos edifícios religiosos mais importantes da Itália.

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Curiosidades sobre o Duomo de Milão

1. Uma longa construção

O Duomo de Milão levou incríveis 427 anos para ficar pronto. A primeira explicação para essa demora é a própria monumentalidade da obra. Afinal, o Duomo de Milão é um edifício gigantesco, sem contar a enorme quantidade de detalhes, internos e externos, que fazem parte da construção.

Além disso, o andamento da construção foi afetado por diversos fatores, tais como falta de recursos econômicos e diversos conflitos ao longo da história. A falta de um projeto definitivo, ocasionando mudanças no direcionamento arquitetônico do duomo (algo que também acontece com a Basílica da Sagrada Família, em Barcelona) também contribuiu para a demora.

2. Um tamanho que impressiona

As dimensões do Duomo de Milão são impressionantes: são 157 metros de comprimento e 109 de largura, gerando quase 12 mil metros quadrados de área construída. O duomo é atualmente o terceiro maior edifício religioso da Europa, atrás apenas da Basílica de São Pedro e da Catedral de Sevilha, e um dos maiores do mundo.

Duomo de Milão - Lombardia - Itália

3. A Veneranda Fabbrica

Gian Galeazzo Visconti, duque de Milão, criou a Veneranda Fabbrica em 1387, pouco tempo após o início das obras do duomo. O objetivo dessa instituição era arrecadar fundos, que seriam utilizados tanto na construção quanto na administração do duomo. Até hoje, a Veneranda Fabbrica é a responsável pela administração, reformas e captação da maior parte dos recursos destinados ao edifício.

 

4. Tem sua própria fonte de mármore

O mármore utilizado na construção do Duomo de Milão provinha de uma jazida exclusiva, localizada em Candoglia, uma pequena cidade distante cerca de 105 quilômetros ao norte de Milão. A jazida era de propriedade da família Visconti, e foi doada posteriormente pelo duque Gian Galeazzo Visconti à Veneranda Fabbrica, que administra o local até hoje. A jazida continua operante, fornecendo todo o mármore necessário para as inúmeras reformas pela qual o duomo é submetido. Aliás, dizem que o mármore da jazida é tão abundante que seria suficiente para construir outra catedral.

5. A Madonnina

O Duomo de Milão foi dedicado a Nossa Senhora Virgem Maria, chamada carinhosamente de Madonnina no dialeto lombardo. A estátua, criada pelo escultor Giuseppe Perego, e localizada no alto da maior agulha da catedral, só foi colocada em 1774. Feita de bronze, e folheada a ouro, a estátua carrega na mão direita uma, que na verdade é um pára -raios que protege a catedral das descargas elétricas.

6. Foi por muito tempo o ponto mais alto de Milão

O Duomo de Milão tem uma altura máxima de 108,5 metros, alcançados na ponta da estátua da Madonnina, o que fez dele o edifício mais alto da cidade. Na década de 30, diante do surgimento de grandes edifícios em todo o mundo, o governo de Milão criou uma lei para impedir que qualquer construção ultrapassasse essa altura. Isso aconteceu em 1960, quando a Torre da Pirelli foi concluída. Para não burlar a lei, uma réplica da Madonnina foi colocada no topo do prédio. Dessa forma, a Madonnina continua a ver a cidade acima de qualquer um. Hoje em dia, além do edifício da Pirelli, a Torre Breda e o Palazzo Lombardia também ultrapassaram a altura permitida, e ambos seguiram a tradição de colocar em seus telhados uma cópia da Madonnina.

L’incoronazione di Napoleone, opera de Jacques-Louis David.

7. Napoleão foi coroado no Duomo

Em 1805, após a vitória francesa contra os austríacos, Napoleão Bonaparte ocupou o norte da península itálica, criando o Reino da Itália. No dia 26 de maio do mesmo ano, Napoleão foi coroado rei dentro da Catedral de Milão. Foi justamente esse fato que fez com que os trabalhos de construção fossem agilizados, a fim de terminar a fachada a tempo da coroação. O reino da Itália duraria somente até 1814.

 

A cava de Candoglio – Foto: Wikipedia Commons

8. Muitas, muitas estátuas

O duomo tem 135 agulhas (também chamadas flechas) gravadas com imagens de plantas e animais, e cerca de 3.400 estátuas (somados o interior e exterior), retratando diversos personagens e cheias de detalhes. Algumas estátuas chamam muito a atenção, tais como a Nova Lei, esculpida em 1810 por Camillo Pacetti. Ela está localizada acima da porta central, do lado esquerdo da varanda, e apresenta uma grande semelhança com a famosíssima Estátua da Liberdade, criada por Frédéric Auguste Bartholdi. Alguns acreditam que essa estátua, na verdade, serviu de inspiração para a famosa criação de Bartholdi.

Outro destaque é a estátua de São Bartolomeu Apóstolo. Localizada no fundo da nave, próxima ao altar, a estátua chama atenção pelos detalhes “mórbidos”. Criada no século XV pelo escultor Mario Agráte, a obra representa o santo após o seu suplício pois, segundo a tradição, o apóstolo foi esfolado vivo por pregar o cristianismo. É uma das estátuas mais belas (e fotografadas) do duomo.

9. A lenda do Dragão Tarantasio

Outra estátua curiosa está localizada próxima da entrada do duomo, ao lado direito: o Dragão Tarantasio. A lenda envolvendo esse dragão é bem difundida pela cidade, e sua imagem pode ser encontrada em fontes e edifícios públicos. Diz a lenda que há muito tempo atrás, o dragão habitava as águas de um lago na região de Lodi, atacando a população local e fazendo várias vítimas. Coube a Umberto, criado da família Visconti, a tarefa de matar a criatura.

10. Terraço visitável

Outra curiosidade sobre o duomo é que parte do seu telhado é visitável. Esse passeio, imperdível, permite ver de perto todos os detalhes das estátuas, pináculos e colunas, além de aproximar o visitante da Madonnina, a protetora de Milão. Sem falar na vista incrível da cidade.

 

11. Os belíssimos vitrais

Os vitrais do Duomo de Milão estão entre os mais bonitos da Europa. Distribuídos ao longo de toda a catedral, são mais de 50 janelas coloridas mostrando passagens bíblicas. Uma das passagens mais bonitas é a do Vitral do Apocalipse, que conta as visões de São João descritas no Novo Testamento. Durante a Segunda Guerra os vitrais foram retirados por conta do risco de bombardeio da cidade, retornando em segurança após o conflito.

 

12. A Meridiana do Duomo de Milão

Outro destaque do duomo é a Meridiana, uma espécie de relógio do sol inaugurado em 1786 por astrônomos da Academia de Brera. A meridiana é marcada por uma longa linha feita em latão, que atravessa toda a nave da catedral. Ao longo do percurso, 12 placas de metal marcam os 12 signos do zodíaco, junto com as datas de entrada do sol em cada signo. Uma abertura no telhado permite a entrada da luz do sol. Dessa forma, dependendo do grau de inclinação da luz, é possível identificar a posição do sol com relação ao zodíaco, bem como os equinócios e solstícios.

Sacro Chiodo – Di Zairon – Opera propria, CC BY-SA 4.0, Wikipedia Commons

13. Guarda uma relíquia sagrada

Um dos itens que mais chama a atenção dos visitantes do duomo é que ele conserva um prego que, supostamente, é um dos três pregos utilizados na crucificação de Jesus. A relíquia esta suspensa sobre o altar-mor, presa à pedra angular. Segundo a tradição, foi encontrada por Santa Helena e usada como um pedaço do cavalo de Constantino I.

O Sacro Chiodo agora está preservado em um nicho contido em uma cópia da feachadura de cobre dourado com o relevo do Pai Eterno (agora no Museu Duomo). Embora suspenso muito alto, uma luz vermelha torna-o visível de toda a catedral. O prego é tirado pelo arcebispo e mostrado aos fiéis a cada 3 de maio, festa da Invenzione della santa Croce (Invenção da Santa Cruz), ou seja, o achado da Cruz, e é levado em procissão no dia 14 de setembro, festa da Esaltazione della santa Croce (Exaltação da Santa Cruz). Para retirar o prego da sua caixa é usado a nivola do século XVII, um curioso elevador agora mecanizado,  do qual leva o nome a celebração do rito da Nivola. Dos quatro pregos da “Verdadeira Cruz”, dois outros são encontrados, segundo a tradição, na “Coroa de Ferro” em Monza e na Basílica de Santa Croce in Gerusalemme em Roma. O quarto prego que teria segurado a inscrição “INRI”, da tradição mais duvidosa, seria encontrado na catedral de Colle Val d’Elsa na província de Siena.

É quase impossível atestar a veracidade dessa relíquia, e várias igrejas, na Europa e no Oriente Médio, alegam ter a posse de um prego, embora a bíblia diga que apenas três foram utilizados.

14. Vestígios arqueológicos

Nos subterrâneos da catedral, descendo uma escada junto à entrada, é possível ver vestígios romanos do século IV (as antigas basílicas de Santa Tecla e de Santa Maria Maggiore e do batistério de San Giovanni alle Fonti).

15. Tem um fantasma para chamar de seu

Acredite ou não, mas muitas pessoas que visitam o duomo alegam ver uma pessoa estranha em suas fotos, principalmente durante casamentos. Se isso acontecer com você, não se preocupe, é apenas a “Carlina” dando um oi.

Diz a lenda que Carlina era uma jovem que, após se casar, foi passar a Lua de Mel em Milão, e resolver visitar o duomo junto com seu marido. Ocorre que Carlina tinha sido infiel ao marido antes do casamento, e estava grávida. Durante a visita, a jovem, impressionada pela beleza e simbologia do local, e atormentada pela culpa, acaba por se jogar do alto da catedral, para desespero do marido, que se quer conseguiu encontrar o corpo.

Apesar da trágica história, há quem diga que ter a Carlina nas fotos de casamento é um bom sinal, já que ela zela pelos matrimônios por conta de seu arrependimento por ter traído o marido.

Foto: www.unionesarda.it

16. A vergonha do ex-presidente Berlusconi

Em 2009, o então presidente da Itália, Silvio Berlusconi, participou de um comício na Piazza del Duomo, bem em frente à catedral. Não muito popular naquele momento, devido às suas falas polêmicas e a incapacidade de lidar com a crise econômica, o político passou por um constrangimento que virou notícia internacional. Após o comício, enquanto se dirigia para o veículo oficial, Berlusconi parou para cumprimentar algumas pessoas quando foi atingido no rosto por uma réplica em miniatura do duomo, atirada por algum eleitor insatisfeito. A imagem do político com o rosto ferido circulou por tvs e jornais em todo o mundo, e as vendas do souvenir dispararam.

O Duomo de Milão é uma construção maravilhosa, e com toda justiça um dos principais pontos turísticos da cidade. Mas Milão (e a região) tem muito mais a mostrar. Vale muito a pena incluir a cidade no seu roteiro de viagem. E caso queira ter uma experiência ainda mais enriquecedora, saiba que temos um tour pelo duomo com guia em português.

Sobre Deyse RibeiroSou Deyse Ribeiro, nasci em Minas Gerais, e vivo na Itália há 14 anos. Sou especialista em turismo na Itália, onde adquiri experiência atuando desde 2011 como guia de turismo, criadora de conteúdo sobre turismo e empresária no ramo. Abri minha primeira empresa em 2017, e ofereço serviços, tours, transfers e experiências únicas na Itália, através do Portal TourNaItália.com - uma boutique de experiências diferente de tudo o que você já viu!

5 comentários em “16 Curiosidades sobre o Duomo de Milão”

  1. Patrícia Gallo Vasques

    Boa tarde.
    Gostaria de saber sobre a porta principal, entalhada. Se há alguma história por trás das esculturas esculpidas?

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