Fermo, na região Marche, é uma cidade que manteve intactas as suas ruas de pedra, os seus edifícios renascentistas e os antigos testemunhos ligados à época Piceno e Romana.
Índice:
Introdução
Fermo é capital de uma das províncias da região Marche, é conhecida pelos restos de suas paredes defensivas, ainda visíveis. Fermo fica no topo da colina do Sabulo, 319 metros acima do nível do mar, uma posição que permite aos visitantes desfrutar de vistas deslumbrantes sobre as terras abaixo.
Fundada em 264 a.C. como uma colônia romana conhecida como Firmum Picenum, acabou se tornando uma das sedes administrativas do Império na área e era governada por quatro questores. Fermo não é uma cidade grande, mas a sua relevância histórica e a beleza da paisagem circundante tornam-na num excelente local a visitar.
A cidade tem uma longa história, e a presença de vários sítios arqueológicos o testemunham. Ainda existem vestígios de um anfiteatro romano e das antigas muralhas da cidade que foram construídas há séculos – feitas de blocos retangulares de pedra calcária dura – perto da Porta San Francesco. Você também pode ver os notáveis vestígios de muralhas erguidas na época medieval.
Uma visita a Fermo pode começar na Piazza del Popolo, onde está localizado o Palazzo dei Priori. Este palácio foi iniciado em 1296 e concluído por volta de 1590, e o edifício agora abriga a Galeria de Arte e o Museu Arqueológico de Piceno.
Na Galeria de Arte encontram-se obras que vão da Idade Média ao século XIX. Entre as obras de arte preservadas na Pinacoteca, observe especialmente as de Jacobello di Bonomo (ativo de 1375 a 1385) e Jacobello del Fiore (1370-1439), e várias pinturas de Vincenzo Pagani (1490-1568). Outras obras importantes aqui incluem um retábulo de Andrea da Bologna (ativo no século XV); “A Adoração dos Pastores”, do pintor flamengo Paul Rubens (1577-1640); “Pentecostes” de Giovanni Lanfranco (1582-1647) e outras obras de artistas locais, incluindo Francescuccio Cecco Ghissi (1359-1385) e Vittore Crivelli (1440-1502).
O Museu Arqueológico exibe alguns artefactos pré-romanos descobertos em Fermo e arredores, como cintos, joalharia e urnas.
Para os mais curiosos, indico a visita ao Palazzo Comunale, um antigo palácio que agora abriga a Biblioteca Comunale, que é bastante conhecida por sua grande coleção de volumes e inscrições antigas. Construído em 1446, o palácio é o lar de uma grande estátua do Papa Sisto V, erguida durante as obras de restauração que ocorreram séculos atrás.
Continuando pela Via degli Aceti (‘Rua do Vinagre’), podemos visitar a famosa Cisterna Romana, também chamada de “piscinas de depuração”, localizada sob os edifícios que ocupam o lado leste da Piazza del Popolo.
Acredita-se que tenha sido construída por Augusto no século I dC, a cisterna testemunha as habilidades de construção dos antigos romanos *. A estrutura é composta por trinta salas, ocupando uma área total de cerca de 2.000 metros quadrados. A necessidade de abastecimento de água adequado em Fermo exigiu a construção de um engenhoso sistema de captação e distribuição de água na cidade, tendo as Cisternas um papel importante como reservatório de água potável.
Ao longo do Corso podemos desfrutar de alguns dos monumentos mais importantes de Fermo, como a Igreja do Carmine, o Palácio Vitali-Rosati, a Torre medieval Matteucci, o Palácio Paccaroni e a Igreja de São Filipe.
O monumento mais importante da cidade é o Duomo. Foi construído em 1227 no local de uma igreja cristã primitiva, chamada ‘Santa Maria in Castello‘, que data do século V. Queimado em 1176 por Frederico Barbarossa, foi reconstruído em estilo composto, combinando elementos românicos e góticos. A sua fachada é um belíssimo exemplar da arquitectura gótica com campanário e portal lateral do mesmo estilo. Sobre a porta principal, há uma rosácea de 1348 e vários túmulos, incluindo um de Tura de 1366. No interior, os visitantes podem encontrar um monumento a Giuseppe Colucci, famoso escritor local. O Duomo está rodeado por belos jardins.
Continuando ao longo do Largo Fogliani chegamos ao Palácio Fogliani com suas elegantes janelas góticas venezianas com suas janelas de trevo e lancetas ornamentadas com tijolos, nos lembrando das relações que Fermo tinha com Veneza.
Nas proximidades, encontra-se a Igreja medieval de San Zenone, a igreja mais antiga de Fermo construída em 1171 e consagrada em 1186. Em estilo românico, a parte inferior é em pedra e a parte superior em tijolo. A torre do sino (século XIII) tem grandes arcos e janelas gradeadas na parte superior. O interior data do final do século XVIII e é da autoria de Pietro Augustoni (1741-1815).
Mais adiante no Largo Alvaro Valentini encontramos o Oratório de Santa Mônica. No interior você pode ver alguns afrescos valiosos, como um exemplo do estilo gótico tardio de Fermo. O Oratório de Santa Mónica foi edificado em 1425 como igreja dedicada a São João Batista.
Na Via XXI de setembro, existem alguns palácios importantes que datam de vários períodos da história do Fermo. Note-se especialmente o Palácio Paccarone, com a sua fachada em tijolo e incorporando uma torre existente – note a madeira do portal que imita a alvenaria.
Saindo da cidade pela Porta Santa Caterina, além de uma paisagem atraente, o turista pode admirar a Igreja de Santo Agostinho, que data de meados do século XIII. É de estilo românico e gótico, tendo sofrido várias remodelações em meados do século XIV e posteriormente.
Fermo, uma cidade de fortes tradições
Fermo é sem dúvida uma importante cidade da arte, mas hoje também desenvolveu, graças à sua proximidade com o mar, uma atividade turística ligada à beleza da vila e da região, e às fortes tradições locais.
Inclui tradições culinárias que oferecem produtos típicos como azeitonas, o “maccheroncini di Campofilone” – ja falei sobre ele no texto sobre Campofilone, “vincisgrassi”, excelente “ciauscolo”; e também queijo, mel e sobremesas tradicionais como as chamadas “Cicerchiata”.
Em Fermo os visitantes geralmente encontram pequenos restaurantes e pizzarias que servem pratos tradicionais. Existem também muitas trattorias e osterias encantadoras geridas por famílias locais que servem cozinha caseira. Alguns dos melhores restaurantes da cidade são Osteria II Galeone, Ristorante Rio Ete e Locanda Del Palio.
Compras – outlet
Próximo de Fermo fica a localidade Brancadoro na comune de Casette d’Ete (FM). Nesse quarteirão é possível encontrar outlets de grandes marcas, inclusive Prada 😉!
Praias:
Fermo tem 3 km de costa a sul de Porto San Giorgio (Marina Palmense) e 4 km de costa a norte (Lido di Fermo, Casabianca e Lido San Tommaso).
As praias de Lido di Fermo e Marina Palmense são de areia e cascalho; na área existem vários parques de campismo, estabelecimentos turísticos e apartamentos de férias. A área é tranquila e equipada com infraestruturas turísticas com instalações desportivas, bares, restaurantes e discotecas.
As duas localidades, directamente sobre o mar, estão rodeadas por colinas verdejantes que as protegem dos ventos e tornam o clima ameno. Há uma ciclovia que começa em Casabianca di Fermo e vai até San Tommaso.
🏷 Guia Prático
Algumas informações importantes:
Museus Cívicos:
- Palazzo dei Priori: Sala Rubens, Sale di rappresentanza, Sala del Mappamondo – TODOS OS DIA: 10h00-13h00/15h00 19h00 – QUINTA-FEIRA (por ocasião do mercado) 10h00-13h00/15h00-24h00 – admissões A CADA 30 MINUTOS
- Cisterne romane*: ABERTURA DIÁRIA contínua: 10h00-13h00 / 15h00 – 19h00
- Visitas guiadas de QUINTA às 21h30 e 23h – Duração da visita cerca de 30 minutos – * para a visita às Cisternas Romanas é aconselhável trazer roupas adequadas ao clima húmido da estrutura
- Teatro dell’Aquila: Visitas guiadas em horários fixos partindo da bilheteria dos Museus Fermo (Piazza del Popolo, Palazzo dei Priori) – TODOS OS DIA: 11h / 12h30 / 16h / 17h30 – QUINTA-FEIRA também às 22h – Duração da visita cerca de 30 minutos (exceto para shows)
- Museus científicos do Palazzo Paccarone: QUINTA A DOMINGO 15h00-19h00 – admissões A CADA 30 MINUTOS
- Museu Diocesano (piazzale Girfalco) – TODO DIA – 10:00 – 12:30 / 16:00 – 19:00
- Musei scientifici di Palazzo Paccaroni (Museo polare Silvio Zavatti, Museo ornitologico T. Salvadori)
- Spazio mostre Terminal “Mario Dondero” – Mostra “Racconti (IN) visibili”