O Alto Adige é uma terra antiga de castelos, existem mais de 200 na região! Conheça alguns deles, como o Castel Roncolo, Castello Principesco e Castello Trauttmansdorff.

No Alto Adige, o patrimônio constituído por fortalezas, castelos e edifícios históricos é conservado e reavaliado. Muitos edifícios são hoje sede de museus ou de sugestivos hotéis, onde fazer uma viagem no tempo, que nos leva à idade média. A maior parte dos castelos se encontram próximo de Bolzano.

O Trentino e Alto-Adige

Antes de entrar no mérito dos castelos,  gostaria de explicar um pouquinho a diferença entre Trentino e Alto-Adige. O Trentino-Alto Adige é uma das cinco regiões autônomas da Itália. Ele está localizado no nordeste do país e é composto por duas províncias: Bolzano e Trento. A região é limitada pela Áustria ao norte, pela Suíça ao noroeste. Apesar das aparências externas, esta é uma região profundamente dividida, uma área que há muito tempo luta para encontrar sua própria identidade. Napoleão conquistou a região e colocou-a sob o domínio dos Habsburgos austríacos, que governaram até a região ser devolvida à Itália em 1919. Uma grande proporção da população nunca aceitou esse arranjo político, e em 1939 Mussolini deu a oportunidade de: ou aceitar a cidadania italiana e permanecer, ou assumir a cidadania alemã e emigrar para o norte. A esmagadora maioria escolheu a segunda opção, que deixou a área extremamente sub-povoada.

Em 1948 o Trentino-Alto Adige passou a ser uma região autônoma. Infelizmente isso aumentou as divisões na área. O Trentino, a parte sul da região centrada em torno da bela cidade de Trento, tornou-se muito mais italiana do que a parte norte, Alto Adige, que também é conhecido como Südtyrol. Além disso, há um grande número de residentes que pertencem a outro grupo étnico e que falam uma língua antiga conhecida como Ladin. Esta linguagem totalmente incompreensível, que combina os dialetos celtas com o latim, resultou da chegada das legiões romanas no primeiro século aC. A cidade de Vigo di Fassa tem um museu fascinante dedicado à história e tradições do povo Ladin.

Portanto há uma diferença cultural entre as 2 regiões, e na região do Alto-Adige você encontra muito mais pessoas que falam alemão, comidas de origem austríaco-alemãs e placas e sinais em alemão.

Os castelos

O Alto Adige, na antiguidade, sempre teve de se defender de invasões. Basta pensar nas disputas territoriais com os Bajuvari (Bavaresi), os longobardos e os francos que ocuparam várias vezes as atuais áreas do Tirol e Trentino Alto Adige. Por isso,  o território é coberto com castelos, amplamente visível em cada afloramento rochoso. Admirando-os, é possível  imaginar a sua antiga função, posição defensiva e dominante no que diz respeito aos vastos campos abaixo destes e com o qual as pessoas foram dedicando ao cultivo e criação de animais.

Na minha última viagem à região, visitei 2 castelos muito interessantes, o  Castel Roncolo, e o Castello Principesco, e conto um pouco deles abaixo. Ainda explico um pouquinho do Castello Trauttmansdorff , que é imperdível, mas que fecha somente no inverno e por isso não pude visitá-lo.

Castel Roncolo:

Esta fortaleza medieval fica próximo a Bolzano, em uma pedra pórfiro na entrada do Val Sarentino. Mas o castelo é mais conhecido por seu extenso ciclo de afrescos profanos, o maior da Idade Média, realizado entre 1388 e 1410.

A construção do Castelo porém, acredita-se tenha sido feita em 1237 pelos irmãos Friedrich e Beral von Wangen (Vanga). Depois de séculos e séculos de mudança de propriedade, em 1893 foi doado à cidade de Bolzano, que ainda o possui. A última renovação começou em meados dos anos noventa e terminou em janeiro de 2000.

O caminho íngreme que conduz ao castelo e que o visitante deve subir a pé, evoca os tempos medievais. É certamente o mais belo dos 40 castelos espalhados próximo à cidade de Bolzano.

Dentro do castelo, inteiramente aberto à visitas, muito pouco resta da construção original. No entanto, continua a ser um castelo muito bem preservado e vale à pena uma visita. O castelo preserva esplêndidos afrescos que narram cenas da vida da corte, momentos da vida cotidiana, cavaleiros, homens nus e animais (banheiro), cenas de caça, pesca e dança (salão de jogos), bem como representações da história de Tristão e Isolda. Este é o ciclo de afrescos profanos (não religiosos) maior e melhor preservado da idade média.

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Castelo Principesco:

Um pouco escondido atrás das arcadas da cidade, e dos edifícios altos da cidade, o Castelo Principesco fica bem no centro de Merano.

O castelo principesco foi construído na segunda metade do século XV por Sigismundo da Áustria como uma residência em Merano. Ao longo dos séculos ele permaneceu como residência para os nobres da Áustria, bem como para o imperador Maximiliano I, que residia lá em 1516.

Entre os principais ambientes:

• o pátio, decorado com afrescos pintados em um molde naturalista, tais como plantas e animais que cercam figuras humanas
• a capela, no interior do qual é preservada uma estátua do século XV de S. Jorge e o dragão e vários afrescos
• o quarto do príncipe, com um aquecedor de azulejos do século XV, provavelmente o mais antigo existente
• e distribuídos em várias salas, uma rica coleção de antigos instrumentos musicais, armas e utensílios

Digno de nota também duas grandes salas originalmente usadas como depósitos e utilizado após a restauração para casamentos civis, nas quais são preservados inúmeras pinturas provenientes do Museu Cívico de Merano: entre as principais obras as pinturas da imperatriz Maria Theresa, o imperador Franz I, os retratos de irmãs Strellin, do artista Franz Anton Zeiler, e um grupo de pinturas de Simon Ybertracther como Lagenmantl Martin, Catarina Langenmtal, ambos de 1726, Johann Anton Seeler, Anna Maria Seeler, ambos de 1762, e Caterina Ingrambin de 1759.

Com os seus vinte mil visitantes por ano, o castelo parece ser um dos mais bem preservados de todo o Tirol do Sul e também é usado para a celebração de casamentos civis.

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O Castello Trauttmansdorff

O Castelo Trauttmansdorff (também chamado de Castel di Nova) fica em Merano, e abriga o Touriseum, o Museu Provincial de Turismo. Em 2001 foi inaugurado o jardim botânico em torno do castelo.

Eu infelizmente não pude visitá-lo porque ele fecha no inverno, mas não posso deixar de indicar a visita dele aqui, porque realmente é um castelo espetacular!

Foi no Castelo Trauttmansdorff que viveu a imperatriz Elizabeth da Áustria, uma vez que o castelo Neuberg foi erguido na Idade Média. Você ainda pode admirar as grossas paredes do núcleo medieval e da cripta.

O Castelo Trauttmansdorff é o primeiro exemplo de fortaleza neo-gótica do Tirol. De fato, em meados do século XIX, o conde de Stiria Joseph von Trauttmansdorff reformou-o, enriquecendo com elementos típicos desse estilo.

Em 1899 Baron Friedrich von Deuster, realizou na ala leste do castelo uma grande sala estilo neo-Rococo  e mudou consideravelmente o perfil do castelo.

Entre 2002 e 2003, o castelo Trauttmansdorff foi renovado: as fachadas externas foram restauradas, a capela, a cripta, o grande salão neo-rococó, além do segundo andar com quartos habitados pela imperatriz durante a sua estadia.

**as fotos do Castelo acima são do Wikipedia Commons

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